A lei da Semeadura

Um senhor já avançado em idade foi morar com seu filho, nora e netinho de 4 anos de idade.

As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes. A família alimentava­se reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer e faziam bastante sujeira. O filho e a nora irritavam-se com a bagunça. Então resolveram colocá-Io numa pequena mesa, num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho, enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.

Como o vovô quebrava alguma coisa de vez em quando, agora, sua comida era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para ele sentado ali sozinho, às vezes tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas, quando ele deixava um talher ou comida no chão. O netinho assistia a tudo calado. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o pequeno estava no chão, brincando com pedaços de madeira. O pai perguntou a ele o que estava fazendo, ao que a criança respondeu: – Estou tentando fazer uma tigela para você e mamãe comerem, quando forem velhos, como o vovô.

O menino sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família, sem se importarem com a sujeira.

Semear – espalhar para produzir. O que você semear, vai ter que germinar, vai produzir alguma coisa, boa ou ruim, é a lei da semeadura. “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos” Gal. 6:9. Ceifar no tempo certo é colher os resultados no tempo certo. Às vezes o que semeamos no presente, parece não ter importância, mas com certeza, as conseqüências virão, elas são inadiáveis. Semear é oportunidade que Deus nos dá.

O interessante é que a Palavra de Deus dá muita importância às nossas atitudes com os mais próximos, que fazem parte do nosso círculo de relacionamento. Muitas vezes toleramos os maiores desaforos, de chefes, amigos, vizinhos e quando chegamos em casa estamos tão sobrecarregados, que tudo o que recebemos durante o dia, despejamos em cima da nossa família. Em I Timóteo 5:8 diz:

“Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo”.

Certa vez, uma filha, abrindo o guarda-roupa da mãe, viu lençóis novos e lindos. Surpresa, pergunta à mãe: “Porque usamos lençóis remendados, tão velhos, se tem esses aqui?” a mãe respondeu aos berros: “Você não está vendo que é separado para quando recebermos visitas?”

Que lástima!

O que estamos semeando, quando o melhor que temos, voz mansa e suave, fica para os estranhos, e a família fica com os gritos, o escândalo, o desequilíbrio emocional e as exigências?