×

Um presente com grande responsabilidade.//Números 17-19

Ontem nós lemos sobre um motim que se deu no deserto, contra Moisés e Arão. Na verdade, contra Deus, como podemos perceber pelo objetivo de voltar ao Egito, não é?

Hoje vamos ler a continuação desse episódio, quando Deus mostra a quem Ele escolhe, fazendo sempre maravilhas. Mais do que isso, nós não precisamos mostrar que somos escolhidos por Deus. Lembra, no livro de Êxodo quando lemos que Moisés tinha o rosto iluminado depois de encontrar-se com Deus? Ele nem sabia disso, mas o sinal estava ali. Ele nem precisou fazer força. Hoje, vamos ver que Arão também não precisou fazer nada para que todos vissem que ele era escolhido por Deus.

Deus é assim, caro(a) leitor(a). Ele nos escolhe e publica isso de forma que não deixa dúvidas. Não pode haver um “será que essa pessoa foi escolhida mesmo por Deus?”. Entretanto, nem sempre estamos prontos para reconhecer os sinais de Deus. Até hoje tem gente que não crê que Jesus Cristo é o Salvador dos homens. Nossa percepção é que precisa estar apurada, de modo a saber se o sinal vem de Deus ou não. Quer outro exemplo? Tem gente que ainda não crê que o mundo foi criado por Deus. Sim, abordamos esse assunto lá no início do livro de Gênesis. Todos os sinais estão aí na natureza, mas tem gente que insiste em complicar.

Ser escolhido por Deus é um grande privilégio e nos traz uma grande responsabilidade, como vimos no comentário que fiz em Levítico, sobre a escolha de Eleazar. Hoje Arão também pôde ver a pressão que viria sobre ele em seu sacerdócio. Ele pode até ter se sentido especial, afinal, ninguém além dos que compunham sua equipe poderiam entrar para dentro do véu. Vamos pensar um pouquinho sobre isso. Será que eles eram tão especiais mesmo? Lembrando de outros episódios que já lemos, sabemos que Arão foi quem fez o bezerro de ouro quando Moisés subiu ao monte para falar com Deus, lembram? Há alguns dias lemos que ele e Mirian questionaram a autoridade divina de Moisés, mesmo depois de terem visto tantas maravilhas. Então, Arão era tão especial assim?

Note bem, caro(a) leitor(a), hoje estamos vendo o que eu ouvi há algum tempo em um sermão na igreja: “Deus não nos escolhe pelo que somos, mas pelo que podemos ser um dia”. A analogia é com uma fruta verde no pé. Você cuida dela porque ela é verde e não serve para nada, ou porque um dia ela vai ficar madura? Foi por isso que Deus escolheu Arão para o sacerdócio. E era um presente, ou, como na linguagem divina, “vos tenho entregue o vosso sacerdócio por ofício como dádiva”.

Pensando bem, a escolha de Arão foi um grande presente, afinal, ele poderia circular livremente pelos “bastidores” do Santuário. Fico pensando quanta gente ficava curiosa para saber como eram as coisas lá dentro. Diga a verdade, se você fosse uma criança que tivesse nascido no acampamento, ali no deserto, vendo que só alguns “privilegiados” podiam entrar lá, não ficaria curioso? Eu ficaria, sem dúvida. Muita gente pensa apenas por esse lado, o que é natural das pessoas. O que muita gente esquece, é que os sacerdotes deveriam estar em dia com a vida espiritual deles. Caso contrário, seriam mortos como qualquer outra pessoa. Sabem por que? Porque o pecado não pode resistir à presença de Deus. E como o pecador tem o pecado dentro dele, vai junto.

Disso, podemos tirar uma boa lição. Não pegue apenas o privilégio que algumas pessoas têm na vida, como alvo de seus comentários ou desejos. Pegue também as responsabilidades dela. Aliás, nem pegue, pois o décimo mandamento, como vimos em Êxodo, diz para não cobiçarmos nada de nosso próximo, não é mesmo?

Fique com Deus e boa leitura. Vinicius Assef.

Publicar comentário