Uma história de Esperança
Aquela era uma família temente a Deus. Ezequiel era o primeiro filho. O pai morreu três meses antes do nascimento do segundo filho, o Lucas. Eram muito pobres e só o pai trabalhava para sustentar a pequena família. Longe da cidade, naquela pequena vila, a mãe se sentiu incapaz de enfrentar as lutas do dia-a-dia e criar os filhos. Tudo parecia sombrio, e o futuro mais tenebroso ainda, mas ela não se deixou abater, fez de tudo o que pôde para dar o melhor para os filhos. Nunca deixou de lhes ensinar o caminho do Senhor. Ela tinha muitos sonhos, mas será que esses sonhos um dia seriam reais? Ela sonhava ter uma vida melhor, ver seus filhos crescerem e se tornarem grandes homens na sociedade.
Mesmo sozinha, esquecida por muitas pessoas, ela não desistiu de sonhar. Ela tinha a esperança de que viriam dias melhores, que seu sofrimento, sua luta para criar seus filhos iria terminar. A esperança de dias melhores fez o futuro parecer menos sombrio e cada dia que passava era uma evidência de que ela estava mais perto de ver seus sonhos se tornarem reais. Anos se passaram, os filhos já estavam crescidos e com a idade de ir para a escola. Ela se sentiu obrigada a mudar para a cidade, para que seus filhos pudessem continuar seus estudos. A mudança foi rápida, na verdade não tinham muita coisa para levar.
Na cidade ela conseguiu um trabalho, onde ela poderia ganhar dinheiro para pagar o aluguel da casa, as outras despesas e ainda comprar os materiais escolares dos filhos. Chegou o primeiro dia de aula. A mãe acordou bem cedo naquele dia, preparou tudo e levou os meninos à escola. Aquele foi um dia de muita alegria para aquelas crianças e muito mais para aquela mãe. Era o começo da realização do sonho dela. Mesmo sem saber ler e escrever, ela encorajava os filhos a estudarem para um dia serem grandes homens.
Anos se passaram e chegou o momento de os filhos irem à faculdade. O Lucas quis ser médico e o Ezequiel, psicólogo. Passaram no vestibular entre os primeiros candidatos. Isso ajudou-lhes a ganharem bolsa de estudos para poderem continuar. Eram filhos muito obedientes à sua mãe e a tratavam com muito respeito.
Cinco anos depois o Ezequiel se formou, foi o primeiro na família a conseguir uma graduação. Lucas se formaria mais tarde. No dia da sua formatura, lá estava a mãe, já idosa, e os dois filhos. No discurso que Ezequiel fez, ele não se esqueceu de mencionar a sua querida mãe, aquela a quem ele devia aquele momento, por ela acreditar nos seus sonhos, por não perder a esperança mesmo diante dos problemas e dificuldades. Mais tarde Lucas se formou, era um dos melhores de sua turma e se tornou um médico muito aplicado e respeitado por todos. A mãe não podia acreditar, mas era verdade e esse sonho se tornou real.
Ela viveu mais alguns anos e veio a falecer, mas ante de sua morte, ela um dia chamou seus dois filhos e lhes pronunciou as seguintes palavras: “meus filhos, hoje já são homens e de bem com a vida. Na sociedade são respeitados e bons profissionais. A vida não foi fácil para mim depois da morte do vosso pai e quando já crescidos, vocês lembram das lutas que passamos para conseguir o sustento de cada dia. Hoje sou uma mulher realizada e muito feliz. A vida foi muito dura, mas eu tinha a esperança de que amanhã seria uma dia melhor; os problemas não me fizera desistir, eu confiei, eu acreditei em Deus e somos o que somos hoje. Mesmo que na vida encontrarem dificuldades, não percam a esperança, não desistam diante das circunstâncias ruins, não desanimem, a vida trará sempre um novo amanhecer, haja sempre esperança de dias melhores, mas acima de todas as esperanças, que a vossa maior esperança seja a de ver Jesus voltar”.
(Escrito por Isaias Cardoso)
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