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O ANJO AO TELEFONE

O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. Salmos 34:7

 

Existe uma sutil diferença entre estar na igreja e estar com Cristo. E durante boa parte de minha vida foi assim… Conhecedora da verdade. Envolvida nos trabalhos da igreja. Às vezes frequente aos cultos, as vezes,  nem tanto. “Queimar” com uma coisa ou outra que não fluía como eu imaginava ser o correto era uma constante em minha vida nesta ocasião. E então brigava com Deus e com os irmãos. Abandonava tudo e a meu ver por uma boa razão.

     Já tinha alguns meses que havia decidido não ir mais aos cultos. Andava irritada. Mas naquele sábado acordei insuportável. Meu bom dia  foi com as seguintes palavras: não estou pra ninguém hoje. Inclusive para irmãos que cismarem de vir me visitar. E continuei o dia envolvida nos afazeres de casa. Tinha terminado de dar almoço para meu filho quando o telefone tocou. O atendi com visível mau humor e ao reconhecer a voz do outro lado torci o nariz insatisfeita. Ouvi uma voz familiar a dizer:  alô, alô, alô. Mas aproveitando o chiado provocado pelo velho aparelho o recoloquei na base.

 Bom. Pensei. Ela irá supor que a ligação caiu e me deixará em paz. Mas não foi bem assim que aconteceu. O telefone voltou a tocar outra     vez, e outra e outra. Até que querendo fugir daquela situação peguei o pequeno Jonathan pela mão e disse: vamos passear? Ele adiantou-se rumo à saída e seguindo-o tranquei a porta e logo estava sentada acompanhada de outras mães que também procuravam aquecer-se ao sol naquele rigoroso inverno, enquanto os filhos brincavam no passeio.

     Ficamos ali mais de três horas esquecidas do tempo. O papo estava agradável. Seria capaz de ficar até a chegada da noite não fosse uma surpresa inesperada. Ainda que a contra gosto as convidei para entrar. Mas enquanto cantavam e mesmo durante a leitura da Palavra dirigida pela irmã Dalva, uma pergunta não saia de minha mente. Desde que as vi descendo aquele morro senti que algo estranho tinha acontecido. E antes que fizessem a última oração não me contive e indaguei: irmã Dalva, como conseguiu meu endereço afinal? A bondosa senhora sorriu com sua característica simplicidade e respondeu: Depois daquela primeira vez que te liguei retornei outra e outras tantas vezes. Ninguém atendia. Mas insisti. Estávamos todos aflitos sem termos notícias. E finalmente um homem muito gentil atendeu-me e passou-me seu endereço.

     Não precisei pensar muito para concluir que aquilo era impossível de ter acontecido. Meu esposo tinha saído bem cedo de casa. Estávamos apenas eu e meu filho de dois anos em casa. E tinha trancado a porta antes de ir sentar-me naquela calçada. Não existia a possibilidade de que alguém tivesse pulado alguma janela para atender ao telefone por que as mesmas eram protegidas por grades. Foi o que expliquei aquelas irmãs. Novamente ela sorriu e afirmou: Liguei para o número (ela repetiu meu número sem deixar sombra de dúvidas), logo depois que você atendeu e a ligação caiu. Liguei várias  vezes e cheguei a pensar que não tivesse ninguém em casa. Mas como disse, não podia desistir. Você é muito importante para nós. Para Deus. E precisava saber o que estava acontecendo. Por que afinal desapareceu com seu filho sem deixar rastro. O bondoso Deus ouviu minhas orações e este moço gentil que me atendeu possibilitou esta nossa visita. Normalmente sou ruim para pegar informações de lugares onde nunca estive antes. Mas ele explicou de uma forma tão gentil e tão clara que aqui estou eu!

     Sim. Um anjo atendeu meu telefone. O ministério dos anjos é uma bênção deixada por nosso amoroso Deus em nosso favor. Às vezes, ou na maioria das vezes podemos nem saber o momento que eles atuam dando-nos libertação em nome de Jesus. Não sabemos quantas vezes nos tem livrado de acidentes, da morte. Mas temos inúmeros testemunhos de que eles existem e trabalham em favor da raça caída. Será uma experiência incomparável ouvir dos lábios do nosso anjo da guarda histórias de livramento e de amor enquanto fomos peregrinos nesta terra hostil, você não acha?                                                                                                                                                           Por Tânia Mírian

 

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