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A ESPERA SILENCIOSA


Ah, querido! Meu pai foi um homem muito duro, um homem que não admitia erros. Ele não conhecia Jesus, mas era um homem muito honesto. Não aceitava a Jesus, mas era um moralista de primeira linha. Para ser um moralista não precisa ser cristão. Ser cristão é viver preocupado em deixar que Jesus viva em você. Ser moralista é viver preocupado apenas em portar-se bem. Mas, graças a Deus, no fim de sua vida, aceitou a Jesus e tornou-se um cristão. E como eu já disse, ele não admitia erros, e eu, quando garoto, cometia muitos erros.


Certo dia fiz algo errado. Meu pai já tinha me dado uma advertência, mas eu continuava errando no mesmo ponto. Um dia, do qual não me esquecerei, fui flagrado. Eu sabia que quando meu pai chegasse, à tarde, teria que me acertar com ele. Ele tinha me prometido que se eu cometesse aquele erro mais uma vez me daria vinte chicotadas. Quando ele chegou, eu já estava preparado. Então me disse: Venha ao quarto. E fui. Eu devia ter nove anos, dez, talvez. Eu tinha vestido quatro calças para assim diminuir a dor e meu pai percebeu. Eu quero imaginar neste momento meu pai vendo entrar o filho, com as pernas grossas por causa das quatro calças. Eu, com nove anos pensava que meu pai não perceberia, mas parece que percebeu. Eu era uma caricatura diante de meu pai tentando resolver o meu problema vestindo quatro calças. Ele podia ter rido de mim, mas não riu. Eu vi lágrimas em seus olhos. O chicote estava em sua mão. Eu sabia que merecia o castigo. Ele devia dar-me as vinte chicotadas que tinha prometido. Eu já tinha me dito que não choraria nem reclamaria. Estava pronto para receber meu castigo. Meu pai não conhecia a palavra perdão, mas aquela tarde aconteceu uma coisa estranha. Aquele homem duro se emocionou e disse:


– Venha cá. Aproxime-se mais.


Cheguei perto dele. Ele tinha o chicote na mão. Fechei os olhos esperando a primeira chicotada, mas o que eu senti foi um abraço. Meu pai me abraçou. Havia lágrimas em seus olhos e então me disse:


– Filho, eu não quero castigá-lo. Não pense que eu sinto prazer em castigá-lo. Eu o amo filho, mas tenho que fazer isso para o seu próprio bem; para que você não sofra quando crescer. Você tem que aprender a obedecer agora.


Mas ele me abraçou e continuou:


– Filho, desta vez eu não vou lhe bater, pode ir.


Se meu pai tivesse me dado as vinte chicotadas eu não teria derramado uma lágrima. Mas aquela tarde, chorei. Seu abraço doeu mais que vinte chicotadas. Seu amor doeu mais que seu castigo. Se ele me castigasse talvez eu continuasse fazendo aquilo que tinha feito sempre. Mas naquele mesmo dia prometi para mim mesmo que nunca mais faria meu pai chorar.


Jesus conhece bem o poder que o amor tem, e é por isso que quando erramos Ele não diz: “Vá embora, você não presta. Você pisou nos Meus mandamentos e traiu a Minha confiança. Não quero mais saber de você. Você é um caso perdido. Esqueça que Eu existo. Não volte para mim quando estiver precisando”.


Ah, amigo, Deus não faz isto. O pecado nos afasta de Deus, mas ele não é capaz de afastar Deus de nós. Deus nos procura, Ele vai atrás de nós, nos espera, acredita. Ele nos ama. É por isso que você não tem o direito de permanecer triste. Você não tem o direito de estar pensando que não tem mais jeito. Deus o ama e nunca deixou de amá-lo. Ele morreu para salvá-lo. Deu Seu Espírito Santo com a plenitude de Seu poder para fazê-lo vitorioso, para tirá-lo da mediocridade, e dar-lhe a vitória.


Não quer você aceitar Jesus ? Não quer abrir o seu coração e lhe dizer: “Obrigado Senhor porque nunca deixaste de me amar. Obrigado também pelo poder que vem da cruz para transformar a minha vida”.

ORAÇÃO

Querido Pai, ouve o clamor silencioso das pessoas que precisam de Ti. Obrigado porque Tu acreditas no ser humano. Obrigado também porque quando Tu perdoas, Tu esqueces e transformas. Coloque neste momento a Tua mão poderosa sobre cada vida. Em nome de Jesus. Amém.

 

 

 PR. ALEJANDRO BULLÓN 

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