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Eu quero a minha montanha

FONTE: LIVRO EU QUERO A MINHA MONTANHA – PAULO ROBERTO SAMPAIO

“Lembro-me de uma das vezes em que subi o Pico da Bandeira, em Minas Gerais, com um grupo de pessoas num evento chamado “trillife”, onde os participantes fazem um percurso cheio de obstáculos rumo a um objetivo. Em meio a trilhas, rochedos e matas, cada equipe vai transpondo as dificuldades. Nesse dia a primeira parte foi difícil. Fazia muito frio e a neblina cobria toda a montanha. Não conseguíamos ver a mais de 10 metros de distância. Em todo o percurso que fizemos durante a madrugada não foi possível ver nem uma estrela, nem mesmo a lua, e era noite de lua cheia. Pela nossa previsão, pelos mapas e pela orientação de Edimar, nosso guia experiente, faltavam 20 minutos para ver esse espetáculo do nascer do sol acima das nuvens. O frio estava forte e ma pessoa começou a reclamar: “Eu sou mesmo sem sorte, é a terceira vez que subo esta montanha e nunca consegui ver o sol lá de cima. Aliás, nunca consegui chagar lá em cima. A primeira vez a chuva foi tão forte que o Ibama não deixou ninguém entrar no parque. A outra vez, eu torci o pé no começo do trajeto, agora, tão pertinho do topo, sei que não vou ver o sol nascer de novo. Não dou mais nenhum passo.”

E assim , além de desistir, ainda contagiou outros cinco indivíduos que também já estavam exaustos e pessimistas. O guia insistiu: “ Falta pouco, vamos dar só mais alguns passos e vocês estarão no topo da montanha!”.

-“ E o senhor garante que eu vou ver o sol nascer?”, replicou a pessoa.

– “ A montanha é imprevisível; pode ser que lá em cima esteja limpo, sem cerração”, explicou o guia.

Alguns cederam ao argumento e começaram a caminhar, mas três ficaram lá reclamando da sorte.

O grupo que subiu chegou a tempo de ver um espetáculo indescritível : uma imensa bola vermelha disparando seus raios para todos os lados, aquecendo as mãos geladas. Logo já não precisávamos das luvas, nem dos agasalhos. Todos se abraçaram e gritavam. O brilho de alegria era visto nos olhos de cada um. Havia uma maravilhosa sensação de vistoria e de conquista.

Fizemos muitas fotos e filmagens para registrar aquele momento de (digamos) “muita sorte”. Quanto aos três “azarados” que desistiram no meio do caminho, não havia nada para contar a não ser como eles eram “coitadinhos’’.

Sorte é um momento em que a preparação, a dedicação e o empenho se encontram com a oportunidade. O que temos que fazer para ter muita sorte é , além de nos prepararmos, buscar as oportunidades, andar até elas, subindo as partes mais difíceis da montanha.”

Mas só iremos ter essa Sorte se caminharmos com Jesus!

 

Extraído do livro Eu quero a minha montanha – Paulo Roberto Sampaio.

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