A Revolta dos Macacos

Dizia um macaco aos seus companheiros,

Sentados à sombra de esbeltos coqueiros,

Espalham por aí terrível boato,

Que não posso crer que seja fato!

Que o homem provém de nossa raça!

Que horror! Que vergonha! Que desgraça!

Veja: Nenhum bicho que usa esse nome

Deixa a mulher e os filhos passando fome

Para ir à procura de outra companheira

E não sei também de nenhuma mãe macaca

Que desse à seus filhos leite de uma vaca

E quando saísse a passear com a macacada

Entregasse os seus filhos a uma empregada

Nenhum macaco é capaz de bandalheira

De seqüestros, assaltos, bebedeira.

E quando se alimentarem em uma bananeira

Jamais proíbe de outros se servirem de igual maneira

Nenhum macaco força seu companheiro

A trabalhar para ele o dia inteiro

Dando às vezes, em pagar, um pingo de dinheiro.

E há homens que se atrevem a apelidar de macacas

As moças que passam horas gritando num auditório de televisão

Nossas macacas jamais fariam esse papelão!

Há ainda senhoras que fanáticas por novelas

Esquecem até comida queimando nas panelas

Nossas macacas… jamais seriam iguais a elas.

Essa tal Teoria da Evolução

É para nós, macacos, tremenda humilhação.

E mais do que isso.. É uma desmoralização

O homem é muito mau, tem caráter muito fraco

Que infâmia dizer… que o homem veio do macaco!

“Sede pois, imitadores de Deus, como Filhos amados; andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” Efésios 5:1