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O Lago Perdido

Certa vez uma amiga me contou que uma vez, no caminho para a faculdade, ela havia passado diante de um condomínio que lhe chamou a atenção por possuir um pequeno lago em sua frente. Como não se atentou para a localização do condomínio, a partir daquele dia, ela passava grande parte do caminho olhando pela janela à procura de seu lago perdido.

Comentei com ela a respeito de outros lugares que me chamavam a atenção pelo caminho por suas belezas, no entanto, ela não os conhecia.

Foi aí que comecei a refletir e concluí que, talvez, por ter fixado sua atenção no lago perdido ela fora incapaz de ver outras belezas por aquele caminho.

Não são raras as vezes que nos prendemos a lagos perdidos. Ex-esposos e ex-esposas procuram em novos parceiros sentimentos e idéias que encontravam nos antigos; pais procuram no segundo filho as características do primeiro; professores procuram em seus novos alunos características dos antigos; e assim por diante.

Com isto, perdemos muito: perdemos a chance de encontrar a beleza das novas relações; perdemos a chance de entender e viver na plenitude as novas realidades.

Na procura do lago perdido não conseguimos construir novos lagos ou jardins, ou esculturas, ou qualquer outra coisa que, embora não seja nosso lago perdido, poderá nos encantar tal como o primeiro nos encantava.

Saudosismo por si só não é um erro, mas quando este nos impede de seguir em frente acaba por ser um grande empecilho.

Há alguns dias estive conversando com um casal que havia passado por momentos difíceis em seu relacionamento e, mesmo depois de resolvê-los, não estavam satisfeitos, pois não mais conseguiam ter a vida de antes. É comum que tenhamos o desejo de reviver bons momentos, no entanto, é necessário que entendamos que podemos ser felizes mesmo sem eles. Este casal não mais viveria como antes, mas a nova vida poderia ser tão boa quanto.

Traçamos planos, metas e objetivos em nossas vidas e muitas vezes não conseguimos realizá-los por diversos motivos. Um corredor olímpico pode ver seu sonho de vencer a corrida se perdendo num acidente de carro onde perde uma de suas pernas; uma moça que sonha em ser mãe pode perceber-se incapaz disto diante de uma cirurgia frente a uma doença; um casal que economizara para comprar a casa própria pode ver suas economias em chamas por um incêndio acidental na casa alugada; por fim, é possível que não realizemos o que sonhamos, mas ainda assim a vida pode ser boa. Aquele corredor pode agora se dedicar as para-olimpíadas ou, quem sabe, a dar aula para jovens atletas; a moça que sonhava em ser mãe ainda pode adotar uma criança ou trabalhar em programas sociais junto a várias delas; a casa em chamas pode destruir as economias e o sonho da casa própria de um casal, mas este pode continuar vivendo como uma família…

Não há garantias neste mundo de que teremos o lago sonhado, mas é certo que existem momentos agradáveis para aqueles que se dão ao direito de percebê-los invés de ficarem obcecados à procura de um lago perdido.

O lago de sua antiga vida poderia ser lindo, mas se ele se foi talvez esteja na hora de perceber como as coisas podem voltar a serem boas.

Este mundo já foi um paraíso perfeito. A humanidade já viveu em um lugar sem dor, nem choro, nem sofrimento, nem morte. Já experimentamos uma vida sem doenças, crises econômicas, desvio de valores, imoralidade, insegurança ou medo. Perdemos tudo isto e não voltaremos mais para aquela vida, mas em Jesus poderemos ter uma vida tão boa quanto àquela que nossos primeiros pais tiveram.

Tão certo quanto a Bíblia nos assegura que um dia houve um perfeito jardim chamado Éden, ela também nos assegura que, um dia, viveremos em um lindo e perfeito país.

Jesus pode devolver o encanto para sua vida ainda hoje, mesmo que seu lago esteja perdido para sempre. Mais do que isto, um dia ele irá te levar para um lugar onde não perderemos mais nenhum lago e seremos felizes para sempre.

 

Cláudio Willians

Fonte: Iasdemfoco.net

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