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Preso por Causa da Fé

Em 1998 tive oportunidade de prestar concurso na Polícia Militar do ceará e, logo após o período de recrutamento (aprendizado) fui colocado em uma escala de serviço das  18 às 23h, todos os dias.

Isso me preocupou, em virtude das primeiras horas do sábado em que estaria trabalhando. Apresentei o meu problema à igreja e pedi oração, pois, com a ajuda de Deus, eu faria tudo o que estivesse ao meu alcance para não ser infiel a Ele.

Durante a semana me preparei, espiritualmente, para falar com o responsável pelas escalas. Ele me recomendou falar com seu tenente superior, este indicou o subcomandante, que, por sua vez, me encaminhou diretamente ao comandante do quartel.

Quando estava para falar com o Comandante orei novamente e ao expor o assunto sobre o sábado e informar que estava disposto que não me dispensaria do serviço, tampouco permitiria qualquer troca com alguém. Ou seja, não me ajudaria. O resultado desse diálogo me preocupou ainda mais, pois no regime militar quem falta um dia de serviço é punido com oito dias de detenção, e depois de várias detenções, o militar é encaminhado ao Conselho de Disciplina.

Eu não entendia por que o Senhor não havia tocado no coração das pessoas com que falei. Estava noivo, com muitas prestações e não podia perder o emprego.

Na época, toda a igreja do Jardim Jatobá foi informada da minha situação. Oraram por mim com muito fervor. Em minha mente, o Espírito Santo me fazia lembrar vários textos bíblicos confirmando a minha fidelidade a Deus, no entanto, recebi vários conselhos que eu deveria trabalhar, pois caso fosse preso estaria dando mau testemunho. Foi um verdadeiro conflito, porém, com plena confiança em Deus, decidi falar ao trabalho naquele primeiro sábado. Ao ser chamado para justificar, lembraram-se de mim e conforme havia sido amplamente esclarecido deram-me a punição de oito dias de detenção.

Não conseguia entender o porquê que tudo isso acontecesse comigo. Mas mesmo assim, humilhado, diariamente, e sem entender permaneci fiel. Durante o período de detenção fui transferido para outro quartel. Tive que testemunhar lá também, porque já cheguei preso.

O novo Comandante me chamou para justificar o meu procedimento, e ao ouvir de meus lábios que mesmo que ele me escalasse no sábado eu faltaria novamente, perguntou: “que dizer que você vai sair da policia por causa disso? Você está errado, pois é do tempo da lei de Moisés.” E assim, me dispensou. Nos próximos dias me angustiei muito. Meus pais que não são adventistas não entendiam e ainda me criticavam.

Certo dia, logo depois  de ter cumprido outra pena, fui surpreendido com a visita de um oficial. Pensei que fosse a minha demissão, mas ao mesmo tempo, sabia que meu senhor não me desampararia, e realmente não fui decepcionado, quem tem Deus como o Senhor de sua vida, tem tudo. E logo o oficial foi dizendo: Rocklande, o comandante pediu – me para lhe informar que surgiu uma escala de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h, e a primeira pessoa que ele lembrou foi você.

Meus olhos brilharam, o sorriso de alegria e gratidão brotou em minha face, e assim, louvei ao Senhor e pude ver Sua mão poderosa no controle de tudo.

Faz mais de dez anos que estou na Polícia Militar do Ceará. Sou uma testemunha do poder de Deus e da verdade de sua palavra no quartel. E posso dizer com alegria: “Até aqui me ajudou o Senhor!”

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