A História de Jó

Personagens:
Jó:
Esposa de Jó:
Filhos:
Amigos de Jó:
Deus: Israel
Satanás: Divino
Mensageiros:

Narrador: Havia um homem, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal. Nasceram-lhe 7 filhos e 3 filhas (entram os filhos). Possuía muitas riquezas, muitos funcionários ao seu serviço, de maneira que eram os maiores números da região. Seus filhos visitavam uns aos outros e faziam banquetes e convidavam às irmãs para comerem e beberem com eles. (faz um cenário semelhante a um banquete). Decorridos esses banquetes, Jó chamava aos seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número deles.

Jó: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração.

Narrador: Um certo dia em que os filhos de Deus vieram apresentar perante o Senhor, veio também satanás com eles.

Deus: Donde vens?

Satanás: de rodear a terra.

Deus: Observaste meu servo Jó? Porque ninguém há na terra, homem íntegro e reto, temente a deus e que não se desvia do mal.

Satanás: Porventura, Jó teme a Deus? Acaso não o destes riquezas? Os seus bens se multiplicaram na terra. Estende a tua mão em tudo o quanto tens e verás se não blasfema contra ti na tua face.

Deus: Eis que tudo quanto tem está no teu poder, somente contra ele não estenderás a mão.

(satanás sai da presença de Deus)

Narrador: E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam na casa do irmão primogênito, veio um mensageiro a Jó.

(entra o mensageiro 1 afoito)

Mensageiro1:Os bois lavravam e as jumentas estavam com eles, de repente chegaram os sabeus , roubando e matando os servos ao fio da espada; só eu escapei para trazer-te a nova.

(sai o mensageiro 1 e entra rapidamente o mensageiro 2)

Mensageiro2: Fogo de Deus caiu do céu e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei para trazer-te a nova.

(Enquanto este ainda falava, entra o mensageiro 3)

Mensageiro 3: Os caldeus, dividindo-se em três bandos, roubaram os camelos ; e mataram os moços ao fio da espada; e só eu escapei para trazer-te a nova.

(Enquanto este ainda falava, entra o mensageiro 3)

Mensageiro 4: Teus filhos e tuas filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais velho, e eis que vindo um grande vento de além do deserto, soprou quatro cantos da casa, e ela caiu sobre os seus filhos, de sorte que morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova.

(Então Jó se levanta, rasga o seu manto, lançando-se em terra, adorou)

Jó: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.

Narrador: Em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Chegou outra vez o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor; e veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor.

Deus: Donde vens?

Satanás: De rodear a terra, e de passear por ela.

Deus: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.

Satanás: Pele por pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Estende agora a mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele blasfemará de ti na tua face!

Deus: Eis que ele está no teu poder; somente poupa-lhe a vida.

Narrador: Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor, e feriu Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça.

( entra Jó todo machucado, e se descascando com um caco na mão)

Esposa: Ainda reténs a tua integridade? Blasfema de Deus, e morre.

Jó: Como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal? Em tudo isso não pecou Jó com os seus lábios.

(começa aqui a lamentação de Jó)

Jó: Maldito o dia em que nasci, e a noite em que se disse: Nasceu Jó. Por que não morri ao nascer? por que não morri ao vir à luz? Pois em lugar de meu pão vem o meu suspiro, e os meus gemidos se derramam como água. Não tenho repouso, nem sossego, nem descanso.

Amigo1(Elifaz): Jó, vc é aquele que ensina a muitos, e tem fortalece as mãos fracas. As tuas palavras sustentam aos que cambaleavam. Mas agora que se trata de você; fica fraco e desanimas. Porventura não está a tua confiança no teu temor de Deus, e a tua esperança na integridade dos teus caminhos? Chama agora; há alguém que te responda; Se fosse eu, buscaria a Deus, e a Deus entregaria a minha causa; Na fome Deus te livrará da morte, e na guerra do poder da espada.

Jó: Se eu pesasse a minha mágoa, e pusesse na balança a minha calamidade! Pois, na verdade, seria mais pesada do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido exageradas. Ensina-me Senhor, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.

Quando me deito não sei quando me levantarei, a noite é grande e canso-me de me virar na cama até o amanhecer. A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se.

Amigo 2 (Bildade) : Até quando você ficará falando tudo isso?até quando vc irá falar como o vento ? Se teus filhos pecaram contra ele, ele os entregou ao poder da sua transgressão. Mas, se você buscar a Deus, e ao Todo-Poderoso fizer a tua súplica, se fores puro e reto, certamente mesmo agora ele despertará por ti, e tornará segura a habitação da tua justiça.

Jó: Mas como pode o homem ser justo para com Deus? Ele é sábio de coração e poderoso em forças. Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e os transtorna no seu furor;

(olhando para o céu)

Jó: Tenho tédio da minha vida; Não me condenes!me fale por que contendes comigo. É seu prazer em me oprimir?Em favorecer o desígnio dos ímpios?

Amigo3 (Zofar) : Não se dará resposta à multidão de palavras? ou será justificado o homem falador? Pois você diz que a sua doutrina é pura, e que é limpo aos teus olhos. Mas, na verdade, tomara que Deus fale e abra os seus lábios contra você, se você tem algum pecado lança-o para longe de você, e não deixe o pecado habitar na sua casa;

(Jó, fala para todos os amigos)

Jó: Sou motivo de riso para os meus amigos; eu, que invocava a Deus, e ele me respondia! Mas eu falarei ao Todo-Poderoso, e quero defender-me perante Deus. Calai-vos perante mim, para que eu fale. Eis que ele me matará; não tenho esperança; contudo defenderei os meus caminhos diante dele. Quem do imundo tirará o puro? Ninguém.

Amigo1: Jó, você destrói a reverência, e impedes a meditação diante de Deus. Pois a tua iniqüidade ensina a tua boca. A tua própria boca te condena, e não eu;

Jó: Ainda que eu fale, a minha dor não cessa. Os meus amigos zombam de mim; mas os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus, O meu espírito está triste, os meus dias estão chegando ao fim, a sepultura está preparada!

Amigo2: Tais são, na verdade, as moradas do, ímpio, e tal é o lugar daquele que não conhece a Deus.

Jó: (para o amigo)Já dez vezes você me humilhou! Você não fica com vergonha de me maltratar? Embora eu tenha errado, comigo fica o meu erro. Pois eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida esta minha pele, então fora da minha carne verei a Deus;

Amigo3: Ora, os meus pe

nsamentos me fazem responder, e por isso eu me apresso. Jó, vc engoliu riquezas, mas irá vomitá-las; O que você adquiriu pelo trabalho,será devolvido, por que oprimiu e desamparou os pobres. Nada escapou à sua ambição. Os céus revelarão a sua iniqüidade, e contra ele a terra irá se levantar.

Amigo1: Jó, não é grande a tua malícia? e sem medida as tuas maldades? Pois sem causa você tomou emprestado a teus irmãos e aos nus roubou dos vestidos. Mandou embora vazias as viúvas, e os braços dos órfãos foram quebrados!

Jó: Ah, se eu soubesse onde encontar Deus!, e pudesse chegar ao seu tribunal! Falaria para ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos.

Narrador: Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar do entendimento? O homem não lhe conhece o caminho; nem se acha ela na terra dos viventes. O abismo diz: Não está em mim; e o mar diz: Ela não está comigo. Deus entende o seu caminho, e ele sabe o seu lugar. Porque ele perscruta até as extremidades da terra, sim, ele vê tudo o que há debaixo do céu.

Jó: (lembrando-se do seu passado) Ah! quem me dera ser como eu era antigamente, como nos dias em que Deus me guardava; como era nos dias do meu vigor, quando o Deus estava sobre a minha tenda! Mas agora zombam de mim os de menos idade do que eu. A minha pele endurece e cai, e os meus ossos estão queimados do calor.

Deus: Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento. Quem lhe fixou as medidas, se é que o sabes? Sobre que foram firmadas as suas bases, Compreendeste a largura da terra?Me diga saber, se sabes tudo isso.

Jó: Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.

Deus: (fala para o amigo1) : A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos, porque não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó. Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme a vossa estultícia; porque vós não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó.

(neste momento, Jó ora pelos amigos)

Narrador: O Senhor, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía. Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro e um pendente de ouro. E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro; pois Jó chegou a ter catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. Também teve sete filhos e três filhas. E chamou o nome da primeira Jemima, e o nome da segunda Quezia, e o nome da terceira Quéren-Hapuque. E em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. Depois disto viveu Jó cento e quarenta anos, e viu seus filhos, e os filhos de seus filhos: até a quarta geração. Então morreu Jó, velho e cheio de dias.

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