Autor: Godwin Nwadbia Aja – professor associado de saúde comunitária do Departamento de Educação da Saúde Pública no Adventist Seminary West Africa, na Nigéria.
Introdução
O álcool é uma das drogas legais mais comuns usadas e abusadas em muitos países. Está crescendo a proporção de jovens que fazem uso dele; mesmo a quantidade e a freqüência do consumo está aumentando. Isso revela claramente o padrão progressivo do vício. A despeito dessa evidência, a literatura sobre a prevenção e controle do alcoolismo promove, continuamente, o uso moderado (ou responsável, ou social) como uma alternativa ao beber desregrado.
Hoje discutiremos o que significa beber moderadamente, seu possível impacto no lar e as implicações sociais a longo prazo. A abstinência total é indicada como uma estratégia de prevenção e controle baseada na Bíblia.
Quanto é beber moderadamente?
Os bebedores moderados (de cerveja, vinho, gim, vodca, rum e outras) vêem sua prática como o uso judicioso de bebidas alcoólicas de uma forma que não constitui um inconveniente no âmbito privado ou público ao indivíduo, à família e à comunidade. Essa classe de bebedores é representada por um número maior do que os bebedores inveterados, especialmente nas culturas onde o álcool é socialmente aceito. Normalmente, as pessoas nessa categoria não bebem mais do que três ou quatro drinques em uma sentada, pelo menos uma vez por mês.
Outras classes incluem:
8 Bebedores não freqüentes, que bebem uma vez por ano, mas não mais do que três ou quatro drinques em uma sentada.
8 Bebedores brandos, que bebem não mais do que um ou dois drinques, pelo menos uma vez por mês.
8 Bebedores inveterados, que bebem cinco ou mais drinques em uma sentada, quase que diariamente ou semanalmente.
No entanto, Ellen G. White, uma renomada reformadora da saúde, define o beber de forma moderada como “a escola na qual homens (e mulheres) são educados para a carreira da embriaguez”. Sem dúvida, o bebedor moderado é um estudante matriculado na escola do alcoolismo.
Impacto na Saúde
Há muitos problemas de saúde relacionados com a ingestão de bebidas alcoólicas, ainda que em pequenas doses. Os problemas incluem: vômito, diarréia, redução da concentração, aumento da micção, indução do sono e diminuição da função sexual. Talvez, a curto prazo, os bebedores moderados, com as condições acima podem não aparecer nos registros clínicos, nas pesquisas estatísticas ou nos registros policiais de detenção por embriaguez. Porém, a longo prazo, sua condição de saúde pode ficar mais degenerada e incluir inflamação do fígado, câncer da laringe, da faringe, boca, esôfago, hipertensão, ataque cardíaco e, portanto, morte prematura.
Embora os que advogam o beber moderadamente ensinem que o álcool consumido com moderação (ou seja, lentamente e em quantidade limitada, ou diluído em água ou limão) não representa uma ameaça à saúde, salvo para as mulheres grávidas, ninguém pode negar que o álcool é um veneno, quer seja ingerido ocasional, branda, moderada ou inveteradamente.
Implicações Sociais
A fim de compreender de forma clara as implicações sociais do consumo moderado de bebida alcoólica, é importante notar o padrão progressivo do vício. No estágio inicial, o consumo do álcool começa com um gole e então com um copo. Depois passa para o estágio adiantado, que envolve o tragar apressadamente e o beber abertamente entre os companheiros do grupo. O último estágio pode resultar em freqüentes ressacas e episódios de bebedeira. Em outras palavras, o beber inveteradamente inicia-se em algum lugar porque exige apenas um trago para acabar como um viciado. Um simples gole de álcool oferecido a uma criança pode despertar um forte desejo por ele, anos mais tarde. Aquele copo de vinho de mesa servido no jantar da família pode iniciar a criança em um hábito para toda a vida. O iniciador (pais ou adultos) pode parar de beber ou não vir a tornar-se um ébrio, mas acabará desenvolvendo alcoólatras inveterados na sociedade. Dessa forma, os pais ou adultos que bebem rara, branda, moderada ou inveteradamente, são defensores velados na escola do alcoolismo.
A estrada do alcoolismo inicia-se no lar dos bebedores moderados e de seus advogados. Os bebedores brandos, moderados ou inveterados devem reconhecer a influência indevida que estão exercendo sobre as mentes jovens da sociedade. Certamente que não existe o beber moderado; quer a pessoa beba ou não.
Prevenção
A prevenção e a estratégia de controle mais eficaz contra o álcool é a abstinência. A Bíblia Sagrada, escrita há vários séculos atrás, adverte sobre as conseqüências do alcoolismo para a saúde e para a sociedade. Provérbios 20:1 registra a insensatez do consumo de bebidas alcoólicas: “O vinho é escarnecedor e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido, não é sábio”. Provérbios 23:3 apresenta os efeitos perigosos do álcool sobre o sistema nervoso central: “Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades”.
A despeito da evidência bíblica acima, os defensores do beber moderado, de forma ilegítima, citam alguns textos bíblicos para apoiar seus hábitos errôneos. Por exemplo, Isaías 65:8 diz: “Não o desperdices (o vinho) pois há bênçãos nele”. Neste texto, o vinho se refere ao suco de uva puro e não ao licor ou outras bebidas alcoólicas. A referência para a palavra hebraica neste texto dará uma clara compreensão. Outro exemplo dos textos citados pelos bebedores moderados encontra-se em I Timóteo 5:23: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades”. Assim como em Isaías 65:8, o vinho em I Timóteo 5:23, no original grego, refere-se ao vinho não fermentado. A Bíblia é totalmente consistente. Muito antes de a ciência médica começar a descobrir os efeitos prejudiciais do álcool, a Bíblia Sagrada já se referia a eles. É a ânsia do homem pela indulgência egoísta que o faz crer que o álcool é bom para o corpo. Um dos efeitos mais deploráveis do pecado original foi a perda do poder do homem sobre o domínio próprio. Somente quando esse poder for resgatado poderá haver um verdadeiro progresso.
A questão do beber de forma moderada pode ser relacionada com o relato de Gênesis 2:16-17. Deus advertiu a Adão e Eva que não comessem do fruto proibido para que não morressem, mas o inimigo lhes disse: “É certo que não morrereis”. Deus está também dizendo que não se deve beber bebidas alcoólicas, mas o inimigo diz que não importa por quanto tempo se beba, desde que seja de forma moderada. Que mentira!
Conclusão
Não há nada de moderado no beber moderadamente. Não há nada de responsável no beber de forma responsável. O beber socialmente tem tremendas implicações sociais. A curto prazo, pode parecer que não há efeitos. Mas a longo prazo, podem ocorrer conseqüências adversas à saúde.
Há uma única saída. O princípio fundamentado na Bíblia de “não tocar, não provar, não manipular” é a única prevenção e estratégia de controle seguras contra o álcool.
O Objetivos do Programa foi mostrar ao jovem que beber é errado, mesmo que seja moderadamente.
Extraído de Youth Ministry Accent, 4o tri/98
FONTE: Revista “Ação Jovem” II Trimestre de 2003
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