TROCANDO DE MÃE

Personagens: narrador, dona Filó, Fernandinho e os bichos: coruja, gata, porca, cachorra. 

Obs: Os bichos poderão ser caracterizados através de máscaras. 

Ambiente: No centro deve estar a cama do Fernandinho. As outras cenas devem estar nos cantos. Os personagens podem falar os diálogos ou fazer mímicas, enquanto op narrador falar. 

Introdução: (entra um avó) 

Avó = De repente… não mais que de repente… tornei-me avó! E descobrir uma alegria diferente, diferente da alegria de ser mãe. 

Se avó é: descontração, curtição, relevância das faltas infinita paciência e..carinho, muito carinho. 

E descobrir a diferença e o prêmio de ser avó, porque: a mãe, grande educadora, imbuída da enorme responsabilidade de dar formação, de tornar os filhos cidadãos úteis, preparados para a vida – vive tensa, vigilante, esgotada de suas reservas de energia, paciência e controle. 

Com isso, muitas vezes, deixa de viver a parte alegre do convívio e da descoberta, do desabrochar do filho. 

E, as vezes, as tensões crescem tanto que o carinho, o abraço, o afago, ficam esquecidos. 

E, de repente.. não mais que de repente… os filhos estão crescidos, saindo para o estudo, para o casamento, para a vida… 

A coisa mais importante da relação mãe-filho é com toda certeza o amor. 

Aos filhos que, muitas vezes gostaria que a mãe fosse diferente, pedimos que pensem que essa mãe que vocês têm também esta crescendo e, por isso mesmo, caindo e se levantando, mas, sempre animada pelo amor mais bonito do mundo: o amor de mãe! 

Narrador: Estava difícil o dia a dia na casa de dona Filó! Aquele seu garoto era uma parada: 

Irrequieto como um vaga-lume, teimoso como um burro de carga. 

Por outro lado, dona Filó… bem dona filó era fogo! Cheia de amor pelo seu Fernandinho, disposta a fazer dele um cidadão respeitável, útil a sociedade – quem sabe, até um presidente da República! Por que não! 

Dona Fila era uma mãe vigilante, cheia de normas, tanta disposição, certamente, esbarrava no jeitão de Fernandinho. E era aquele choque constante e desgastante onde o amor,- ora o amor! – o amor ficava bem lá no fundo do coração e da mente, nos momentos de trégua! 

Então, na casa de dona filó era aquele constante pingue-pongue: 

– Fernando, já para a cama! 
– -Ai mãe, deixa eu ver essa filme! 
– Menino, já tomar banho! 
– Ta querendo que u vire pato. 
– Com as verduras, menino! Olha as vitaminas! 
– Não estou vendo nada de vitamina aqui não! 
– Fernandinho sai da rua menino! Na para dentro! 
– Puxa vida, não posso nem arejar um pouquinho! 
Bom vai, bola vem, no fragor da batalha, certa noite, vamos encontrar nossos heróis num momento muito especial. Eu diria terno, comovente: 

CENA 01: 

(entra Fernando e a mãe e vão em direção da cama e se ajoelham e Fernandinho faz uma oração.) 

Fernandinho – Em paz me deito para dormi, guarda-me, ó Deus em teu amor. Abençoa papai e mamãe! Amém. Benção, mãe! 

D. Filó – Deus te abençoe, querido! Eu te amo! 

Fernandinho – Também te amo, mãe! Te manhã! 

(dona Filó cobre o filho e sae de cena dizendo as seguintes palavras para si mesma) 

D. Filó – Tão querido o meu menino! Ta ficando um homenzinho! 

(Fernandinho começa a murmura depois que sua mãe sae de cena.) 

Fernandinho: Eu te amo, eu te amo!… Não Agüento mais! Por que minha mãe não é sempre assim! Tem hora que me dá vontade de (bocejando) trocar de mãe! Ah…se fosse possível! 

(Fernando adormece e sai de mansinho da cama e começa a caminhar resmungando): 

Fernandinho: Dormi cedo, ora bolar,eu gostaria que minha mãe fosse um coruja! 

CENA 02: 

(Fernandinho caminha em direção da árvore) 
Fernandinho: Ba Noite dona Coruja, posso ser seu filho! 
Coruja: UH,uh,uh! Pode sim, menino! 

(então Fernando pega a mascara de coruja e usa, e enquanto o narrador fala ele vai pulando de alegria para lá e para cá.) 

Narrador: Foi uma festa: Fernando balaçou-se nas árvores, pulou, brincou. Hás vezes seus olhos ficavam pesados, mas logo Mãe-coruja fazia uh, uh, uh! E ele voltava a brincar. Ao raiar do dia, Mãe-Coruja disse: 

Coruja: Uh,uh,uh! Já para o ninho Fernandinho, vamos todos dormi! 

Fernandinho: Dormi, eu não posso mãe coruja, preciso ir para a escola, ver meus amigos, estudar e… 

Coruja: Uh,uh! Obedeça, corujinha! 

(neste momento Fernandinho Lara a masca cair no chão e sai correndo para o outro lado) 

Fernando: Ufa escapei por pouco! Que fria! Eu vou lá querer dormi de dia, perde o sol, meus amigos, a escola! Eu hein! O jeito é arrumar outra mãe! 

Narrador: Fernando ficou pensando…e se lembrou de uma coisa que ele detestava: Tomar banho! 

Fernando: Já sei, vou arrumar uma mãe que detesta tomar banho assim como eu. Vai ser super legal… 

CENA 03 

Fernandinho: Bom dia, dona Gata, poso ser o seu filho! 

Gata: Miau, Miau, miau1 Pode sim, menino! 

(Fernando pega então a mascara de gato) 

Narrador: Foi uma festa! Sem sobra de chuveiro a vista, Fernandinho deitou e rolou com os gatinho e de quebra, subiu em muros e telhados. Mas lá pelas tantas, mãe-gata, disse: 

Gata: Hora do banho, gatinho! 

Fernandinho: banho! Mas gato não gota de água! 
Gata: Mas gosta de limpeza! Deite-se ai e trate de se lamber, até ficar brilhando! Miau, miau, miau! 
Narrador: Fernando saiu correndo bem depressa, imagine só banho de língua… 
Fernando: (joga a máscara de gato no chão) Uhg! Eu lá tenho cuspe p´ra tudo isso! Uhg, que nojeira! Mil vezes o chuveiro..hum, o sabonete cheiroso… a toalha felpuda! Ai,ai o jeito mesmo é arrumar outra mãe! 

Narrador: E Fernando ficou pensando de que jeito podia ser essa sua nova mãe! 

Fernando: Hum, deixe-me pensar, uma mãe que não ligasse para as tais vitaminas.. já sei! 

CENA 04 

Fernandinho: Bom dia, dona Porca, posso ser seu filho! 
Porca: Oinc, oinc, pode sim, menino! 
(Fernando pegua então a máscara de porco.) 

Narrador: Foi uma festa! Fernando entrou no chiqueiro, patinou na lama, lambuzou-se inteiro! Até que lá pelo meio-dia, mãe-Porca disse: 

Porca: Hora do almoço , porquinhos! 

Narrador: Legal, pensou Fernando, que estava com muita fome. Correu com os porquinhos para o cocho e quando viu a comida, a amigos quando ele viu a comida, ficou sem cor! 

Porca: Oinc, oinc! Come filhinho! 

Fernandinho: Uhg! Comer, eu não posso nem ver essa, huh lavagem! 

Porca: Oinc, oinc, come já! Ai tem vitamina,proteína, sais minerais, ferro, cálcio…oin…oic…! 

Narrador: Comer aquela lavagem, com certeza não, Fernando sai correndo e bem depressa… 

Fernando: (jogando a mascara do porco no chão). Eca que horror! Ai, ai, que saudade da mesa arrumadinha, dos pratos, dos talheres e do copo limpinho! Pensando bem, até que aquelas cenouras e abobrinhas são gostosas… e o picadinho de carne… e o macarrão… hum, que fome! 

É o jeito é eu arrumar outra mãe! Hum… eu gostaria de uma mãe que me desse liberdade, que me deixasse brincar na rua o tempo todo! Hum..seria bom demais…já sei! 

CENA 05 

Fernando: Boa tarde, dona Cachorra, posso ser seu filho! 

Cachorra: Au, au, au, pode sim, menino! 

(Fernando pega a máscara de Cachorro.) 

Narrador: Foi uma festa, Fernando fez correrias e estripulias pela rua abaixo. Assustou as crianças que vinham da
escola, rosnou para um gato que correu, para cima do telhado, mas… acabou ficando cansado, com sono. Foi quando a Mãe Cachorra disse: 

Cachorra: Au, au, au, hora de dormi, meus cachorrinhos! Vamos todos para a lata de lixo dormi. 

Fernando: Epa espera ai, dormi atrás de uma lata de lixo, nesse chão duro, eu não posso dormi, não durmo mesmo. 

Cachorra: Pode sim seu cachorrinho vira-lata! 

(faz uma voz de raiva e começa a latir para oi Fernando) 

Cachorra: Au, Au vai dormi agora mesmo,au, au,au… 

(Fernando então larga a mascara no chão e sae correndo gritando…e depois se enfia na cama) 

Fernando: Mãe, manhê! Dona Filó! 

(neste momento joga a coberta sobre a cabeça, e depois de 5 segundos de silencio começa a gritar…) 

Fernando: Mãe, manhe! 

(Dona Filó entra em cena ouvindo os gritos o Fernandinho, chega até a cama e começa a abraçar o filho) 

Filó: Que foi filho. 
Fernando: Nada não mãe, não foi nada, foi só um pesadelo! 
Filó: Dorme meu filho, volte a dormi ta… 
Fernando: Ta mãe! Eu te amo! 
Filó: Eu também te amo,meu filho! 

(A mãe sae de cena e o Fernando fica murmurando) 

Fernando: Eu te amo, eu te amo, mãe, pois a senhora é a melhor mãe do mundo! Sabe de uma coisa vou orar e agradecer a papai do céu esse presente maravilhoso que e a minha mamãe. 

(neste momento ele sae da cama e começa a orar. Poderá entrar algumas crianças vestidas de pijamas e dobrar os joelhos para que possam fazer uma oração, que poderá ser feita por um locutor escondido).

Marcelo Fundão

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